A Coesão Territorial e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável
Passados 10 anos sobre a aprovação do Tratado de Lisboa, que reconheceu o território como terceiro pilar da Política de Coesão, a dimensão espacial da coesão continua a ser uma prioridade na agenda europeia, designadamente no quadro da investigação científica. Justifica-se porque continuam a existir, e a acentuar-se, desigualdades, em várias escalas e dimensões, apesar dos esforços desenvolvidos nas últimas décadas pelas políticas da UE. As razões poderão estar associadas à dificuldade de responder adequadamente a desafios societais em boa parte do território europeu – e português – que se têm intensificado na última década, como a pobreza, o despovoamento e o envelhecimento, a qualidade do emprego, a dificuldade de acesso a bens e serviços, ou as consequências das mudanças climáticas.
As Nações Unidas, em 2015, aprovaram 17 Objectivos para o Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030) e foram definidas 169 metas com o propósito de criar um novo modelo global de desenvolvimento assente no crescimento económico sustentado e inclusivo, na coesão social e na protecção ambiental. A sua implementação e monitorização às várias escalas requer parcerias, designadamente entre centros de investigação, sociedade civil e governos, tendo como objectivo orientar (e participar co responsavelmente) (n)as políticas nacionais, regionais e locais nos próximos quinze anos.
Para a discussão e aprofundamento desta questão, convidam-se todos os investigadores do CEGOT – e outros, geógrafos e planeadores ou não – a apresentar trabalhos que consideram a coesão territorial e o desenvolvimento sustentável, a partir das dimensões geográficas de algum ou alguns dos seus objectivos, designadamente: combate às desigualdades injustas e evitáveis; acesso à habitação, educação, cultura e saúde; sustentabilidade energética e ambiental; mudanças climáticas; riscos naturais, antrópicos e mistos; cconservação e gestão da água; identidade e competitividade dos territórios; inovação e diversificação das economias e criação de comunidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.